A acuidade visual pode ter várias
definições:
- resolução central em condições de elevado contraste
- função visual que exprime a capacidade discriminativa das formas, permitindo o reconhecimento de separação entre 2 pontos distintos.
Limite de resolução
Para que o olho perceba 2 pontos
distintos temos de ter pelo menos um fotorecetor não estimulado na retina entre
2 fotorecetores estimulados. Assim teoricamente o poder máximo de resolução do
olho humano corresponde ao diâmetro de um fotorecetor na fóvea ou seja, cerca
de 24 segundos de arco. O limite de resolução é definido como o ângulo mínimo de
resolução (24s arco) que permite ao sistema ótico identificar dois pontos como
estímulos diferentes.
Avaliar
a acuidade visual
A acuidade visual é testada
pedindo ao doente que identifique caracteres num quadro a uma determinada
distância, com símbolos a negro, num fundo branco para máximo contraste. Os
caracteres denominam-se optotipos.
A tabela de Snellen com letras é um dos exemplos que pode ser usado para avaliar a acuidade visual.
Notação
da AV: a acuidade visual do individuo é notada através de uma fração: Performance do indivíduo /performance
standard, ou seja distancia a que o individuo reconhece o objeto e
distancia standard.
Classificação da acuidade
visual
- Polegadas: 20/20 – unidade utilizadas nos Ettados Unidos da América
- Métrica: 6/6 – unidade usada no Reino Unido
- Decimal: 10/10
Estes valores correspondem à
distância considerada standard a que um individuo consegue identificar uma
imagem com um detalhe mínimo correspondente a 1 minuto de arco. Uma visão de
20/20 ou 10/10 ou correspondente à unidade é considerada a performance nominal
para a visão à distância, e corresponde à capacidade de separar visualmente
linhas que se encontram separadas por 1 minuto de arco. Esta capacidade
consiedrada standard funciona como um cut off arbitrário e não deve ser
considerada a capacidade visual máxima ou normal, já que é frequente serem
alcançadas acuidades visuais superiores em indivíduos sem patologia
Outra forma de classificar a
acuidade visual:
Se o individuo for incapaz de ler
a letra a qualquer distancia que lhe for apresentada deverá ser sequencialmente
testada a capacidade de :
Capacidade de contar dedos à visualização de vultos
à com percepção luminosa
(capacidade de identificar estímulos luminosos) à
sem percepção luminosa (cegueira)
Sistema óptico
Refracção
Para que um objeto possa ser
visto claramente é necessário a convergência dos raios luminosos que entram
paralelos no olho, no ponto focal na retina coincidente com a fóvea. Esta
convergência diz-se que é a refração dos raios luminosos e que depende de
determinadas estruturas que vão funcionar como lentes.
Os raios sofrem refração por
estruturas que funcionam como lentes. Lente é a estrutura que vai provocar
um desvio na direção dos raios luminosos.
O poder máximo de refração máximo
do olho normal é de 63 dioptrias:
43 dioptrias pela córnea (a estrutura que tem maior índice refrativo), seguida do
cristalino que tem um índice de refração de 10 a 20 dioptrias dependendo do fenómeno de
acomodação.
Estrutura
|
Índice
refractivo
|
Lágrima
|
-
|
Córnea
|
1.376
|
Humor
aquosos
|
1.336
|
Cristalino
– pólos
|
1.385
|
Cristalino
- core
|
1.406
|
Vítreo
|
1.336
|
O índice de refracção é a capacidade de um meio desviar a direção dos raios luminosos.
Segundo a Lei de Snell, a
refracção de um feixe luminoso depende do seu ângulo de incidência e da
diferença de indíce refractivo entre os meios que cruza.
O quadro representa a índice
refractivo das diferentes estruturas do olho
O comprimento axial do olho
“normal” é de cerca de 23,5 mm.
Mecanismo de acomodação
O mecanismo de acomodação só é permitido
devido à anatomia do cristalino que se encontra suspenso pelas zónulas. A refração aumenta quando o músculo ciliar contrai,
que faz com que a zónula relaxe e o cristalino assume uma forma natural mais
redonda, com aumento do diâmetro antero-posterior e por sua vez aumento do
índice refrativo – permite a focagem de objetos mais próximos do plano da
retina. Esta capacidade perde-se com a idade devido ao aumento da rigidez do
cristalino, levando ao aparecimento da presbiopia.
A diopetria é então a unidade de
medida da capacidade refrativa de uma determinada lente e consiste no recíproco
da distância focal. Se o ponto focal se encontrar atrás da lente estamos na
presença de uma lente convergente e o poder refrativo desta lente é considerado
positivo. Se o ponto focal se encontrar à frente da lente trata-se de um
sistema refrator divergente e poder refrativo da lente é negativo.
Emetropia
O olho emétrope é aquele que em repouso possui o foco da imagem
exatamente na retina, usando o fenómeno de acomodação apenas para ver ao perto.
A relação entre o poder refrativo do olho e o comprimento axial do
olho é balanceado e a visão é nítida. Contudo a emetropia não corresponde
necessariamente a uma boa acuidade visual, já que o olho pode ter outro
distúrbio que reduza a qualidade da visão.
O olho em estado de emetropia não
necessita de correcção.
Ametropia
A ametropia é o erro refractivo do olho. A
relação entre o poder refrativo do olho e o comprimento axial do olho é desbalanceado.
Dentro das diferentes ametropias, podemos
encontrar:
·
Miopia (quando o ponto focal é anterior à retina)
·
Hipermetropia (quando o ponto focal é posterior à
retina)
·
Astigmatismo (quando não há ponto focal)
As ametropias são provocadas por
alterações no trajeto dos raios luminosos. As ametropias podem ainda ser
classificadas de acordo com o que as causa.
Ametropias axiais
Relacionadas com o diâmetro A-P do olho.
O olho tem um poder refractivo
normal, mas os objectos não focam na retina devido a alterações no
comprimento do eixo do olho
Se o eixo for longo temos uma miopia axial
Se o eixo for curto temos uma
hipermetropia axial
Ametropias refractivas (ou de índice)
Ocorrem
por alteração do poder refrativo das
estruturas do olho.
O
olho tem um comprimento axial normal, mas os objectos não focam na retina
devido a alterações refractivas (tanto da córnea como do cristalino), estando o
poder refractivo aumentado ou diminuído.
Se
o índice refractivo estiver aumentado temos um miopia de índice
Se o índice
refractivo estiver diminuído
temos uma hipermetropia de índice
Ametropias de curvatura de
superficie
Ocorre por alterações de curvatura da córnea ou do cristalino
Se a curvatura for pequena temos uma hipermetropia de curvatura
Se a curvatura for grande temos uma miopia de curvatura
Se a curvatura for irregular
temos astigmatismo
Ametropias de posição
Ocorrem por deslocamento anterior ou posterior do cristalino
Se o deslocamento for anterior temos uma miopia
Se o deslocamento for posterior temos uma hipermetropia
As ametropias de superfície são
causadas por qualquer alteração da curvatura da córnea ou do cristalino.
Afaquia – define-se pela ausência de cristalino.
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