segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Acuidade Visual

A acuidade visual pode ter várias definições: 
  • resolução central em condições de elevado contraste
  • função visual que exprime a capacidade discriminativa das formas, permitindo o reconhecimento de separação entre 2 pontos distintos.
Limite de resolução
Para que o olho perceba 2 pontos distintos temos de ter pelo menos um fotorecetor não estimulado na retina entre 2 fotorecetores estimulados. Assim teoricamente o poder máximo de resolução do olho humano corresponde ao diâmetro de um fotorecetor na fóvea ou seja, cerca de 24 segundos de arco. O limite de resolução é definido como o ângulo mínimo de resolução (24s arco) que permite ao sistema ótico identificar dois pontos como estímulos diferentes.

Avaliar a acuidade visual
A acuidade visual é testada pedindo ao doente que identifique caracteres num quadro a uma determinada distância, com símbolos a negro, num fundo branco para máximo contraste. Os caracteres denominam-se optotipos.
A tabela de Snellen com letras é um dos exemplos que pode ser usado para avaliar a acuidade visual.
Notação da AV: a acuidade visual do individuo é notada através de uma fração: Performance do indivíduo /performance standard, ou seja distancia a que o individuo reconhece o objeto e distancia standard.

Classificação da acuidade visual
  • Polegadas: 20/20 – unidade utilizadas nos Ettados Unidos da América
  • Métrica: 6/6 – unidade usada no Reino Unido
  • Decimal: 10/10
Estes valores correspondem à distância considerada standard a que um individuo consegue identificar uma imagem com um detalhe mínimo correspondente a 1 minuto de arco. Uma visão de 20/20 ou 10/10 ou correspondente à unidade é considerada a performance nominal para a visão à distância, e corresponde à capacidade de separar visualmente linhas que se encontram separadas por 1 minuto de arco. Esta capacidade consiedrada standard funciona como um cut off arbitrário e não deve ser considerada a capacidade visual máxima ou normal, já que é frequente serem alcançadas acuidades visuais superiores em indivíduos sem patologia

Outra forma de classificar a acuidade visual:
Se o individuo for incapaz de ler a letra a qualquer distancia que lhe for apresentada deverá ser sequencialmente testada a capacidade de :
Capacidade de contar dedos à visualização de vultos à com percepção luminosa (capacidade de identificar estímulos luminosos) à sem percepção luminosa (cegueira)

Sistema óptico

Refracção
Para que um objeto possa ser visto claramente é necessário a convergência dos raios luminosos que entram paralelos no olho, no ponto focal na retina coincidente com a fóvea. Esta convergência diz-se que é a refração dos raios luminosos e que depende de determinadas estruturas que vão funcionar como lentes.
Os raios sofrem refração por estruturas que funcionam como lentes. Lente é a estrutura que vai provocar um desvio na direção dos raios luminosos.

O poder máximo de refração máximo do olho normal é de 63 dioptrias: 43 dioptrias pela córnea (a estrutura que tem maior índice refrativo), seguida do cristalino que tem um índice de refração de 10 a 20 dioptrias dependendo do fenómeno de acomodação.

Estrutura
Índice refractivo
Lágrima
-
Córnea
1.376
Humor aquosos
1.336
Cristalino – pólos
1.385
Cristalino - core
1.406
Vítreo
1.336
O índice de refracção é a capacidade de um meio desviar  a direção dos raios luminosos.
Segundo a Lei de Snell, a refracção de um feixe luminoso depende do seu ângulo de incidência e da diferença de indíce refractivo entre os meios que cruza.
O quadro representa a índice refractivo das diferentes estruturas do olho
O comprimento axial do olho “normal” é de cerca de 23,5 mm.

Mecanismo de acomodação
O mecanismo de acomodação só é permitido devido à anatomia do cristalino que se encontra suspenso pelas zónulas.  A refração aumenta quando o músculo ciliar contrai, que faz com que a zónula relaxe e o cristalino assume uma forma natural mais redonda, com aumento do diâmetro antero-posterior e por sua vez aumento do índice refrativo – permite a focagem de objetos mais próximos do plano da retina. Esta capacidade perde-se com a idade devido ao aumento da rigidez do cristalino, levando ao aparecimento da presbiopia.


A diopetria é então a unidade de medida da capacidade refrativa de uma determinada lente e consiste no recíproco da distância focal. Se o ponto focal se encontrar atrás da lente estamos na presença de uma lente convergente e o poder refrativo desta lente é considerado positivo. Se o ponto focal se encontrar à frente da lente trata-se de um sistema refrator divergente e poder refrativo da lente é negativo.

Emetropia
O olho emétrope é aquele que em repouso possui o foco da imagem exatamente na retina, usando o fenómeno de acomodação apenas para ver ao perto.
A relação entre o poder refrativo do olho e o comprimento axial do olho é balanceado e a visão é nítida. Contudo a emetropia não corresponde necessariamente a uma boa acuidade visual, já que o olho pode ter outro distúrbio que reduza a qualidade da visão.
O olho em estado de emetropia não necessita de correcção.

Ametropia
A ametropia é o erro refractivo do olho. A relação entre o poder refrativo do olho e o comprimento axial do olho é desbalanceado.
Dentro das diferentes ametropias, podemos encontrar:
·         Miopia (quando o ponto focal é anterior à retina) 
·         Hipermetropia (quando o ponto focal é posterior à retina) 
·         Astigmatismo (quando não há ponto focal)

As ametropias são provocadas por alterações no trajeto dos raios luminosos. As ametropias podem ainda ser classificadas de acordo com o que as causa.

Ametropias axiais
Relacionadas com o diâmetro A-P do olho.
O olho tem um poder refractivo normal, mas os objectos não focam na retina devido a alterações no comprimento do eixo do olho
Se o eixo for longo temos uma miopia axial
Se o eixo for curto temos uma hipermetropia axial

Ametropias refractivas (ou de índice)
Ocorrem por alteração do poder refrativo das estruturas do olho.
O olho tem um comprimento axial normal, mas os objectos não focam na retina devido a alterações refractivas (tanto da córnea como do cristalino), estando o poder refractivo aumentado ou diminuído.
Se o índice refractivo estiver aumentado temos um miopia de índice
Se o índice refractivo estiver diminuído temos uma hipermetropia de índice

Ametropias de curvatura de superficie
Ocorre por alterações de curvatura da córnea ou do cristalino
Se a curvatura for pequena temos uma hipermetropia de curvatura
Se a curvatura for grande temos uma miopia de curvatura
Se a curvatura for irregular temos astigmatismo

Ametropias de posição
Ocorrem por deslocamento anterior ou posterior do cristalino
Se o deslocamento for anterior temos uma miopia
Se o deslocamento for posterior temos uma hipermetropia
As ametropias de superfície são causadas por qualquer alteração da curvatura da córnea ou do cristalino.

Afaquia – define-se pela ausência de cristalino. 

Sem comentários:

Enviar um comentário