quarta-feira, 31 de julho de 2013

Anatomia Externa do Olho


Olho humano
O olho humano tem diâmetro antero-posterior de aproximadamente 24,15 mm, diâmetros horizontal e vertical ao nível do equador de aproximadamente 23,48 mm, circunferência ao equador de 75 milímetros, pesa 7,5 gramas e tem volume de 6,5 cm³.

Na anatomia externa do olho podemos identificar:

  • Pálpebra superior e inferior – entre elas a fenda ou fissura palpebral. As pálpebras unem medial e lateralmente nas comissuras palpebrais.
  • No bordo palpebral temos os cílios.
  • Esclerótica -  estrutura fibrosa de coloração esbranquiçada recoberta por uma camada translúcida.
  • Conjuntiva – medialmente vai formar duas estruturas: a carúncula e a prega semilunar
  • Iris é a estrutura colorida, contráctil que protege o olho da entrada excessiva de luz
  • Pupila é o espaço na zona central da íris que permite a entrada dos raios luminosos

O globo ocular encontra-se protegido pela cavidade orbitária, fica acondicionado dentro de uma cavidade óssea, com a forma de uma pirâmide quadrangular com a base anterior (delimitada pelo rebordo orbitário) e vértice posterior (que corresponde ao buraco ótico), e protegido pelas pálpebras. Existem 7 ossos distintos que formam a cavidade orbitária:

  1. Frontal
  2. Zigomático
  3. Maxilar
  4. Esfenóide
  5. Lacrimal
  6. Etmoide
  7. Palatino

A órbita pode ser dividida anatomicamente num teto, pavimento, parede medial e parede lateral.
A proximidade da órbita com estruturas adjacentes é clinicamente relevante, nomeadamente a sua relação com os seios perinasais e as fossas cranianas média e anterior. As patologias destas estruturas podem ter repercussões ao nível orbitário, uma inflamação dos seios perinasais pode ser a causa de uma celulite orbitaria.

Buracos e fissuras
A comunicação da órbita com as estruturas adjacentes faz-se através de aberturas que são fissuras, buracos e canais.
O canal ótico abre-se na fossa craniana média e é atravessada pelo nervo ótico e pela artéria oftálmica.
A fissura orbitaria superior  (encontra-se lateralmente ao canal óptico) e permite a passagem de estruturas que vêm da fossa craniana média:

  • ramos superior e inferior do nervo oculomotor (III)
  • o nervo troclear (IV)
  • nervo abducente(VI)
  • os ramos lacrimal, frontal e nasociliar do nv. Oftálmico (V1)
  • veia oftálmica superior

Na fissura orbitaria inferior permite a comunicação da órbita com as fossas pterigopalatina e infra-temporal e é atravessada por:

  • nervo maxilar
  • nervo zigomático
  • veia oftálmica inferior

Pelo buraco infra orbitário passa o nervo infraorbitário, ramos do maxilar e vasos acompanhantes.

Pálpebra
Pálpebra superior e pálpebra inferior, e entre elas a fenda ou fissura palpebral. As pálpebras unem-se lateralmente e medialmente pelas comissuras palpebrais. No bordo palpebral vamos ter os cílios.
As pálpebras têm como função principal a protecção e lubrificação do globo ocular. A pálpebra superior e inferior podem ser subdivididas em 4 camadas (de fora para dentro):

  1. pele (com glândulas de Moll – sudoríparas e de Zeis – sebáceas), 
  2. camada muscular que permite a mobilidade palpebral
  3. camada fibrosa ou tarso (possui glândulas modificadas chamadas tarsais que segregam uma substancia oleosa responsável pela estamilização do filum lacrimal) que forma o esqueleto da pálpebra
  4. conjuntiva tarsal, que é vascular, e que se junta com a esclerótica bulbar, formando os fundos de saco conjuntivais. 

As pálpebras superior e inferior são semelhantes relativamente à sua estrutura básica apesar da pálpebra superior ser mais móvel, e possuir músculos mais desenvolvidos.

1. Primeira camada da pálpebra – PELE:
Separa-se da camada muscular por uma fina camada tecido conjuntivo laxo
Formada por glândulas de Moll – sudoríparas e glândulas de Zeis – sebáceas que podem ser encontradas na proximidade dos cílios
A pele palpebral superior tem a sua inervação sensitiva dependente da V1 – divisão oftálmica do trigémio
A pele palpebral inferior tem a sua inervação sensitiva dependente da V2 – divisão maxilar do trigémio
Os cílios, projetam-se anteriormente a partir da margem da pálpebra. Na palpebra superior temos cerca de 150 cilios dispostos em 3 fileiras e na pálpebra inferior cerca de 75 cilios dispostos em 2 fileiras. Tal como as sobrancelhas, a principal função dos cílios é a proteção do globo ocular da entrada de poeiras ou suor.

2. CAMADA MUSCULAR

  • Músculo orbicular

Ao caminharmos posteriormente vamos encontrar a porção palpebral do músculo orbicular do olho. O músculo orbicular é formado por duas porções: porção orbital que rodeia a órbita e porção palpebral que se encontra incorporada na estrutura da pálpebra.
Função: Tem como função a oclusão da fenda palpebral.
Inervação: Nervo ciliar


  • Músculo elevador da pálpebra superior

Na pálpebra superior também vamos encontrar o músculo elevador da pálpebra superior, que participa na abertura ativa do olho (FUNÇãO), tem origem no teto orbitário e insere-se na face anterior do tarso superior com algumas fibras a alcançarem a pele.
Inervação: nervo oculomotor
Este músculo apresenta um grupo de fibras musculares lisas – músculo tarsal que auxilia na manutenção da elevação da pálpebra superior sendo inervado por fibras simpáticas.
(A perda de inervação simpática – musc tarsal – provoca apenas ptose parcial; a perda da inervação do oculomotor provoca ptose completa).

3. CAMADA FIBROSA
As lâminas tarsais são as estruturas que conferem firmeza e estrutura à pálpebra. Existe:

  • Tarso superior – de maiores dimensões
  • Tarso inferior

São placas de tecido conjuntivo denso que se inserem em estruturas ósseas adjacentes através dos ligamentos palpebrais (medial e lateral)
No interior do tarso existem umas glândulas sebáceas modificadas que vão drenar na margem livre da pálpebra – Glândulas tarsais ou de Meibomius – segregam uma substância oleosa responsável pela estabilização do filme lacrimal.
Septo orbital – encontra-se profundamente ao músculo orbicular, e é uma extensão de periósseo, que ajuda na contenção das estruturas intra-orbitárias.

4. CONJUNTIVA TARSAL
A conjuntiva é uma fina membrana mucosa vascular que recobre:

  • a face interna das pálpebras – pode ser chamada de conjuntiva tarsal ou palpebral
  • se recobrir a face externa da esclerótica – conjuntiva bulbar
  • no local de união destas duas porções vamos encontrar superiormente e inferiormente os fundos de saco conjuntivais
  • Juntamente com a superfície da córnea estas porções da conjuntiva vão formar o saco conjuntival

A conjuntiva tarsal forma a última camada da pálpebra

Aparelho lacrimal
É formado pelas:

  • glândulas lacrimais – encontra-se localizada inferiormente à margem temporal superior do osso da órbita; em condições normais não é visível ou palpável. É dividida pelo tendão do músculo elevador da pálpebra em duas porções:
    • órbitária – de maiores dimensões
    • palpebral – mais pequena (1/3 do volume total da glândula)
  • pontos lacrimais superiores e inferiores, que correspondem á abertura lateral respetivamente dos canalículos lacrimais superiores e inferiores, que drenam no saco lacrimal, que comunica com a fossa nasal pelo ducto nasolacrimal. 
  • Existem ainda múltiplas pequenas glândulas lacrimais acessórias – Kraus e Wolfring

A lágrima tem uma função importante na manutenção da integridade das estruturas do olho expostas ao ar ambiente.
O filme lacrimal é uma estrutura complexa constituída por 3 camadas diferentes:

  • Camada lipídica – produzida pelas glândulas de Meibomius
  • Camada aquosa -  (maiores dimensões) produzida pelas glândulas lacrimais
  • Camada mucosa - produzida pelas células caliciformes da conjuntiva
Agora que ficaste a saber tudo sobre a anatomia interna vamos-te falar sobre a anatomia interna do olho.


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